Plumária e adornos corporais
Os povos indígenas do Oiapoque elaboram sofisticados ornamentos de plumária.
Coroa

Chapéu

Butiê

Coroas radiais
As coroas radiais
As coroas radiais (kuhon, Kheol; iyuli, Palikur Arukwayene) são delicados diademas feitos de penas de aves de várias cores, presas em uma armação de trançado ou algodão. Às vezes, sobressaem do diadema, tangencialmente, umas peninhas estreitas e recortadas. São feitos pelos homens e usados por ambos os sexos. As mulheres o usam no Turé.


Chapéu
O chapéu (xapo ou plumaj, Kheol; iuti, Palikur Arukwayene) é o ornamento plumário mais prestigiado entre os Galibi-Marworno, Palikur e Karipuna. Ele é usado essencialmente durante o Turé pelos homens ou em alguma comemoração especial, como nas festividades da Semana do Índio, nas assembleias políticas, na visita de uma autoridade ou em alguma solenidade importante. É o emblema da ‘indianidade’ destes povos. O chapéu é feito de um trançado (naté, Kheol) de fibra vegetal, arumã, cipó titica ou acitá, ornamentado com penas de diversas aves: maguari, arara canga, gavião, tucano, xexéu, arara canindé, garça branca, guará, pato selvagem e mutum



1. Capacete – Estrutura cônica trançada de cipó (titica, guaruma ou acitá), aberta e achatada na parte superior.
2. “Sombrinha” – Aro de cipó (macamaca) recoberto de fieira horizontal de penas aparadas nas cores branca, preta, azul e bege-marrom, provenientes de várias aves.
3. Coroa vertical – Fieira vertical de penas aparadas nas cores branca, preta, azul e bege-marrom, provenientes de várias aves. Cobre a parte trançada do chapéu.
4. Placa cervical pequena – (Exidosić, em patoá) — Placa retangular, recortada na parte superior em forma de rabo de andorinha, localizada na parte traseira. Compõe-se de tabuinhas verticais de talo de buriti, com pinturas em motivos geométricos, tendo na borda dois tubos de bambu, nos quais estão fincadas as longas penas dos “espíritos”.
5. Cobre-nuca – Placa cervical grande, em forma trapezoidal, que pende atrás do capacete. É composta por placas de raques da palmeira mauritia, com pinturas em motivos geométricos ou figurativos.
6. Rede de fios de algodão – (Thamaj ou fisel, em Kheol).
7. Butiê – Enfeites de flores de plumas.
8. Penas longas decoradas – (wilaulá, em Palikur Arukwayene, e werawera, em galibi-marworno e Kheol) — Conjunto formado por duas penas longas de rabo de arara vermelha (atxo aha ruj) ou de garça branca (zeghet bla), ornamentadas com ramalhetes de penas menores, recortadas com serrilhado bilateral (padrão dãdelo) e com uma redinha (txithamaj) rematada com peninhas nas pontas.
Butiê
O butiê (ou mamã solei, Kheol; maibá, Palikur Arukwayene) é um ornamento ritual de cordões de miçanga e borlas de algodão. É usado nas costas, preso à kuhon ou ao cabelo. Os pingentes de élitros de besouro emitem um som suave quando as pessoas dançam. ‘Havia na região, enterradas, urnas funerárias repletas de miçangas, que os índios antigos colocavam junto aos ossos do defunto. Nós, os jovens, íamos atrás dessas miçangas para fabricar nosso próprio butiê, mamã solei. Havia esse costume entre os Karipuna. Só quando um jovem conseguia fazer seu mamã solei ele poderia participar e dançar durante o Turé’. (Narrador: Mario dos Santos, Karipuna)


