Nome do criador
Sexo do criador
Masculino
Localidade
Qualificação do criador
Palavras-chave
Biografia
José Carlos Levinho
levinho@gmail.com
José Carlos Levinho é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com especialização em Línguas Indígenas Brasileiras pelo Museu Nacional/UFRJ.
Entre 2024 e 2025, participou da concepção, modelagem e implementação da base de dados do Museu Kuahí (Oiapoque/AP), disponível em: https://museukuahi.com.br. Em 2024, elaborou parecer técnico para o projeto expositivo do futuro Museu Marítimo. No ano anterior, 2023, participou do inventário da coleção etnográfica de Sandra Wellington, composta por 688 itens e indexada na plataforma Tainacan, posteriormente doada ao atual Museu Nacional dos Povos Indígenas.
Entre 1991 e 2019, esteve vinculado ao Museu do Índio – FUNAI, instituição da qual foi diretor entre 1995 e 2019. Coordenou diversos projetos voltados à modernização, preservação e documentação do acervo do Museu do Índio, com destaque para iniciativas financiadas pela Fundação VITAE e por meio de cooperação técnica com a UNESCO. Durante sua gestão como diretor, organizou 120 exposições e coordenou a publicação de 75 livros.
Entre 2016 e 2018, o projeto de documentação de línguas e culturas indígenas teve continuidade por meio de nova iniciativa voltada à salvaguarda do patrimônio linguístico e cultural de povos indígenas transfronteiriços e de recente contato na região amazônica, também desenvolvida por meio da cooperação entre a FUNAI, o Museu do Índio e a UNESCO.
Entre 2008 e 2015, coordenou o Projeto de Cooperação Técnica Internacional “Documentação de Línguas e Culturas Indígenas” (FUNAI–Museu do Índio/UNESCO), por meio do qual foram formados 184 pesquisadores indígenas (154 bolsistas) e 94 pesquisadores não indígenas. Realizaram-se 371 oficinas, sendo 145 no Museu do Índio e 226 em territórios indígenas, com a participação direta de 495 membros das comunidades, entre mestres, artesãos e outros detentores de saberes tradicionais. O projeto resultou na produção de 14 livros — entre narrativas, vocabulários e exercícios de letramento — com participação indígena direta, além da elaboração de quatro gramáticas pedagógicas. Também foram produzidos 38 filmes e documentários, organizados 13 dossiês com materiais audiovisuais entregues às comunidades, criados 31 sítios eletrônicos relacionados aos subprojetos e gerados 26,2 terabytes de arquivos digitais, atualmente armazenados e preservados no repositório do Museu do Índio. Como resultado de ações de preservação de documentos, junto a pesquisadores independentes, o projeto recebeu em doação 34.056 itens de acervo, referentes a 37 etnias indígenas.
Realizou pesquisas de campo com diversos povos indígenas, como Guarani, Xavante, Bororo, Parintintin e Paresi, entre outros. Atuou como curador de exposições relevantes, como “Cenas do Cotidiano Indígena”, “Corpo e Alma Indígena”, “Tempo e Espaço na Amazônia” e “Um olhar contemporâneo das artes indígenas”, realizadas em instituições como o Museu do Índio, o Memorial dos Povos Indígenas e o Centro Cultural Vale Maranhão.
Participou de diversos grupos de trabalho voltados à valorização do patrimônio e da museologia indígena, como o projeto Museus Etnográficos, o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial e o Conselho Consultivo do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Publicou artigos e boletins sobre os povos indígenas brasileiros, como os Parintintin, e apresentou trabalhos em congressos nacionais e internacionais sobre etnologia indígena, identidade cultural e história.
Também elaborou relatórios de identificação de terras indígenas e pareceres antropológicos, contribuindo com os processos de reconhecimento territorial de povos como Nukini, Poyanawa, Katukina, Jaminawa, Parintintin, Torá, Mura, Pirahã e Pataxó.
Em 1997, recebeu o diploma de mérito no 2º Concurso Nacional de Experiências Inovadoras de Gestão na Administração Pública Federal, promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE).
Iniciou sua trajetória na Fundação Nacional do Índio (FUNAI) com um estágio em Etnologia Indígena no Museu do Índio, entre 1979 e 1982. Atuou como antropólogo no Acre em 1983 e, posteriormente, integrou diferentes setores da FUNAI em Brasília, incluindo a Divisão Fundiária e o Centro de Documentação.